25.12.06

Prendas de Natal

Um casal amigo, daqueles amigos que devíamos ter desde sempre, deu-me um exemplar ilustrado de “The Story of My Typewriter” de Paul Auster. Os saltinhos que eu dei de contente. Não foi a minha primeira prenda de Natal, a primeira foi ainda nem era Dezembro, mas é como se fosse. Isso a par de um objecto que não é para identificar para, cito, ardentes jogos sexuais, é daquelas prendas que os meus pais nunca me poderiam dar. A última que pela promiscuidade implícita, explícita, e os plícitos todos, nem se põe em questão, a primeira porque, infelizmente, e tenho de admitir algo que me provoca o mais profundo desgosto, os meus pais não fazem a mínima ideia do que é que eu gosto. Chega o Natal ou os anos, que só recebo prendas duas vezes por ano, há quem nunca tenha ouvido aquela expressão do Natal é quando o homem estiver para aí virado, e a minha mãe pede-me uma lista. Uma lista das coisas que eu quero, de que preciso, que me davam jeito, que ando danadinha por comprar, que enfim.
Eu lá lhe faço a lista, mando por e-mail, apesar de tudo a minha mãe é uma senhora informada, e já sei que daí a umas semanas tenho uma prenda que eu até sei qual vai ser, mas não vou dizer para não estragar a surpresa.
Ora a minha mãe que me fez, que me pariu, que me deu de mamar, que me aturou as birras, umas quantas bastante irritantes, se eu fosse a minha mãe tinha-me dado uns quantos pares de estalos jeitosos, que me criou e fez de mim a pessoa que sou hoje, obrigada mãe, se a minha mãe que isto tudo não é capaz de me surpreender com uma prenda porque tem medo que eu não goste, das duas uma. Ou eu sou uma pessoa muito difícil de agradar ou a minha mãe não tem qualquer ideia de quem é que pariu.

De qualquer maneira, as ilustrações do Sam Messer são deliciosas. O livro em si fica para ler com a calma que se tem quando se regressa. Quanto ao objecto do desejo, bom, esse terá de esperar pela noite.

0 Kommentare:

Kommentar veröffentlichen

Abonnieren Kommentare zum Post [Atom]

<< Startseite