17.12.06

Crónica de sábado à noite

A Müllerstrasse às 6 da manhã, Wedding cinzento escuro. Apressar o passo, fintar o amanhecer. Wedding vampiresco. Por outro lado, do outro lado, Prenzlauer Berg. Uma festa em casa de alguém que nenhum de nós conhece, mas na fila para a casa-de-banho dizemos que sim. Acabaríamos por conhecer o anfitrião mais tarde, Hallo, Jochen, erinnerst du dich an mich?
Nein, macht nichts.


Gente sentada no corredor, com licença, deixem passar, nós de cerveja de 70 cêntimos na mão, gente deitada no quarto de alguém, nós a falar alto no quarto de outro alguém, Pulp no gira-discos (vou lá perto para ver se é um gira-discos a sério, é), as roupas no roupeiro sem portas que vão cheirar muito mal a tabaco amanhã, fotos na parede, um ex-namorado, dois, uma viagem a terras vulcânicas que me parecem familiares (vou lá perto para ver se é, não é). Na sala dança-se. A casa é tão grande que por uns momentos pensamos que nos perdemos.

Depois de Placebo vamos para casa. Feliz Natal a todos.
Deixo-o ir, mesmo que ele de cabeça baixa, de roupas feias, de sapatos feios, de cachecol à homem, não lhe digo nada, as tuas roupas são tão desapropriadas, deixo-o ir. Desejos, não os meus, ficam à espera de um Ampelmännchen verde. Eu atravesso com o vermelho. Deixei de ter paciência para certas coisas.

No eléctrico oiço Arcade Fire. Ainda. É bom ouvir Arcade Fire no eléctrico. Seja onde for. É bom acabar um sábado assim.

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